IRMANDADE DO ROSÁRIO DE BETIM

ESTE É O BLOG DOS CONGADEIROS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO E NELE VAMOS NOTICIAR TODOS OS EVENTOS RELACIONADOS AOS TRABALHOS DESENVOLVIDOS PELOS GRUPOS LIGADOS AO LOUVOR A NOSSA DIVINA PADROEIRA, ATRAVÉS DAS DIVERSAS MANIFESTAÇÕES SACRAS, RELIGIOSAS, CULTURAIS, POPULARES, ARTÍSTICAS E FESTIVAS, SEJA EM TERRAS MINEIRAS COMO MINAS NOVAS,CHAPADA DO NORTE, BETIM, SUCURIU, BOCAIUVA, DORES DO INDAIÁ, OLIVEIRA OU QUALQUER OUTRO RINCÃO ONDE A NOSSA FÉ SE FAÇA PRESENTE.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

BAILADO DAS HORAS NOTURNAS EM MINAS NOVAS




"Balanciou, balanciou ...
balanciou, a coroa do rei, balanciou!"


------ CONTOS DO LALAU
25-06-2009------------


xô, xô, xô, meu zabelê

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Fico aqui a noite toda
Esperando pra ti vê...







- Boa noite, Dão!












- Boa noite, "seu" Zé.

Na década de setenta ainda havia, em Minas Novas, pelas manhãs, revoadas de andorinhas que, tão logo o sol subia a pino, elas se debandavam e sumiam todas, em direção do Mirante e, de lá, partiam em revoadas pelas bandas das veredas que
ainda não eram contaminadas pelo eucalipto.

Voltavam todas, uma a uma, naquele alvoroço matutino, tão logo rompia o outro dia, fazendo suas incríveis evoluções pelos céus fanadeiros em arriscados vôos que nunca, em tempo algum, sucederam-se de colisões ou algum desses desastres aéreos comuns aos entes que voam, com seus lindos brevês, mas que
sofrem porque não têm a habilitação própria e o conhecimento adequado da sabedoria de voar.



Milhões dessas aves de arribação, guiadas pelo cansaço, pousam algumas horas nos fios, de pouca energia, desenhando nos intervalos de postes, como barras, o pentagrama onde compõem roucas sonoridades que somente elas apreciam, enquanto pintam, no calçamento das vias públicas, lá no chão, curiosas figuras escatológicas.

Depois do meio-dia era a vez de outros aeronautas: canários, sofrês, fleuras, sanhaços, sabiás, pintassilgos,
rolinhas e até mesmo um solitário carretão, este acabrunhado, e aqueles a inundar de cores e de alegria os quintais e a meninada, todos lampeiros que, pela manhã, ainda estavam em seus berços ou tecendo seus ninhos, e que agora se refrescam sobre as folhagens frondosas das frutíferas, onde lhes esperam a abundância preferida de seus banquetes.

E à tardin
ha, quando o sol mansamente ameaçava esconder-se por detrás do Morro da Contagem, já se descambando pelos lados do Buriti e do Capão do Serro, irrompiam-se das torres do Rosário, milhares de morcegos que, incomodados com a “ave-maria” do campanário, lembravam-se do compromisso de recolherem suas sementes na imensa Sapucaieira, ensaiando vôos rasantes nos espelhos d’água de ambos os rios que logo abaixo da Cadeia Pública faziam a Barra. E daquele ponto, numa azáfama impertinente, retomavam o sentido da nascente e voltavam, seguindo céleres, Fanado acima, em direção ao córrego do Manoel Luiz onde, certamente, nas locas daqueles lajedos, iam depositar os seus tesouros..

E à noite, sob o lúgubre coaxar dos batráquios, que invadiam as ruas, caiam do alto do poste de luz as aleluias, os siriris e as bruxas, para a dieta daqueles animais medonhos preferidos pelos feiticeiros na tecedura de seus despachos.

Sob o diáfano cortinado da névoa seca, na lusca-fusca de uma iluminação dengosa, encobria-se o vai-e-vem sorrateiro dos personagens da noite que, aos poucos, surgiam dos becos e ruelas, rumo à perdiçao e à jogatina, no boteco de Tião Preto, ora para uma bebericada na cotréia da venda de Finusca ou cafezinho negro da madrugada no Poleiro das Viúvas. Era esse o momento em que se ouvia, claramente, o colidir das bolas nos bilhares do Bar Avenida, onde a usura de Mário enchia-lhe as burras, esvaziando as algibeiras
de Márcio, Idé, Taco, Zé Pereira e outros beócios das apostas.

Mais acima, da cozinha do “Pescoço Sujo”, exalava a fumaça que carregava o cheiro bom de uma galinha surrupiada, no tempero inconfundível de dona Alice, enquanto o vispora, o truco e a caixeta corriam soltos, sob o vigiar atento do grupiê Laudodó.

Do outro lado da rua, com suas imensas portas abertas até altas horas, como se fossem bocas a devorar os últimos vinténs da freguesia, mesmo sendo gélido o tempo e curto o cobre, fabricavam-se os sorvetes de coco e anis, colocando-se cera no batente da balancinha de pesar o ouro dos faiscadores, a esta hora meios bêbados e guardando no caborje a feira de um prato de farinha, uma libra de toucinho, uma medida de feijão bichado, um palmo de fumo de corda, uma garrafa de Gilda, meio queijo cozido, uma forma de rapadura e um quarto de requeijão cascudo.

Na porta do depósito de Zé de Frade, tendo lá no fundo a pocilga, de onde subia o insalubre furdunço e o ronco dos capados, entreouvia-se a afinação de um pinho que, tão logo terminasse a branquinha, plangeria com a paixão de Plínio, Toni Catitu e Luizinho, encantados com a Rua do Fogo, reduto de uma récua de menestréis e seresteiros, atraídos pelos chouriços e torresmos de Bina, de Eufrásia, de Rosa de Fulô, de Madalena ou de outras alcoviteiras que os dep
enavam e esfolavam juntos das piantes surrupiadas.
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A insônia neurastênica do Toninho Dodô, na vigília constante de sua amada Marinhinha, induzia-o ao trabalho noturno de remendão, ficando a noite toda lambendo a sola das precatas e das chinelas que seriam usadas pelas beatas domingueiras, as quais, no raiar do dia, na alvorada festiva, se encantavam com o toque do trombonista Moreira: pois a sua casa verdadeira era aquela moita, onde ficava a espreitar, entre as folhagens das buguenvileas, manacás, murta-flor e jasmineiros que durante o dia se prendiam os animais cargueiros e montarias dos fregueses de Zé Camargos, e à noite, ficando a sua tenda de soslaio, encobria-se com os córneos escuros, mesmo estando erma a rua, postando-se a vigiar a porta e a única janela da sala aguardando o retorno, que nunca acontecia, da esposa infiel que na esbórnea a avenida toda corrompia.


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No silêncio da madrugada entrecortada com o estrilar de um grilo e um cupim roxo gigante que insistia em solapar as bases da gigantesca palmeira centenária do major Benício, sucedia o bailar eterno das horas, sustenidamente firmados nos bemóis perdidos, de notívagos contumazes das ruas da Vila Fanadeira, buscando incessantemente o que não guardaram ou então contabilizando os romances alheios, como se fossem seus os vícios e os labores dos poucos que a este castigo se condenavam.



Alguns deles catavam ouro, em bateias negras de árvores centenárias, se as pepitas se apresentassem fáceis, outros, em cadinhos ardentes, forjavam durante o dia as joias e as alianças dos noivos eventuais, pois que raramente essas bodas aconteciam.


E a juventude perdida pelas noites nunca encontrava o amanhecer .


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Lá de longe, demandando pelo Brito e carrascais de Mané Venâncio, vem o marulhar das águas que caiam eternamente da Cachoeira das Almas, barrendo pelos campos o aroma dos pau d'arcos. pequizeiros e jatobás.

A névoa seca sobe pelas grotas laterais e Burrucha, Geraldona, Loura, Bastiana, Lurdona, Rosa, Laura, Zefa, Terezão, Pureza, Tonha, Lita, Lindaura e Andrelina, fartas do trotoá, de míseras colheitas, já se recompunham, das carraspanas, com o suco de cana encardido no copo-sujo do sovina Júlio Sena.

O dia já vai quase clareando...

Dão e Zé Soier, que silenciosamente ficaram na madorna, sem trocarem uma palavra sequer, durante toda a noite alisando o banco do Amparo, assuntando a resenha e a poesia muda das noites minasnovenses., agora se despedem:

- Boa noite, amigo Dão... o papo está muito “bão”, mas até mais logo...

- Boas, seu Zé Soyer; Lembranças à Contente... Até amanhã!








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E o Congado, com suas saias rodadas de chita e cabaças, contendo água e águas, na cabeça de uma multidão de negras se sacudindo, já subia a rua do Rosário para a "Lavação da Igreja".


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"Oi sussa, sussa, suss'eu:


Oi sussa eu, morena ..."









Naquele ano, na Festa de Nossa Senhora do Rosário era Rei Velho o cantor lírico JOÃO DE MODESTO e a sua rainha a professora DONA NEIDE FREIRE.







"...Cê chupa a cana e espinica o bagaço, minina bunita, mi dá um abraço:



Engém novo, tá moendo tá,


Engém novo, tá moendo tá ...."



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As roletas do tempo são piorras inexoráveis, submetem-se apenas ao poder do grupiê e suas fichas que nunca caem fazem o desassossego das mulheres sérias, muitas poucas, que se levantam cedo para enfeitar os altares de tantos templos de antigos padroeiros carentes de rezas.


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As proteções celestes, com o tempo que sempre urge, vão-se rareando e as andorinhas se vêem à marcê do destino.



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Não só as andorinhas e os demais entes que voam, mas igualmente os quadrúpedes que tranquilamente e inocentemente apascentam no capim gordura do grotão do "became", acreditam na proteção dos santos que, de tão antigos, já não se lembram do ofício sagrado de os proteger e, assim desprotegidos é que fazem o verão, os que avoam e os que trotam, no verão, no invero e nas demais estações mas, como verão, não trotoam nem jogam, nem surrupiam penosas e nem se quedam ao pinho nos enlevos da serenata, mas seguem perigosamente pelas vassorocas e outras fendas que se abrem no solo seco da imprevidência humana.


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Um dia, no Fanado, o véu dos tempos se rasgou em raios e ventos e o cordão de andorinhas que ao sol exibiam suas asas azuis, ao longo dos fios elétricos que vinham da Barragem, se romperam e se espalharam em milhões de inocentezinhas pelas barrancas do Becan. E no lugar em que cada uma delas se fundiu com a terra, pela força da corrente do raio, misturada com a fúria dos fios, nasceu um liriozinho espontâneo e cor-de-rosa, o qual tem na ponta de sua haste um tubérculo em forma de coração verde, já sem esperança, enquanto que os santos, cada um em seu altar, se assustaram e prometeram que mais nunca deixariam morrer outras andorinhas.


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Porém, já era tarde, pois delas restou apenas um casal que se arribou para as bandas da "mãe" África, de onde originaram as ancestrais, e de lá prometeram, pelo telégrafo sem fio, nunca mais voltar para compor novas partituras na fiação da luz dessa cidade de assustadoras acontecências, pois não era esta a primeira e nem a última.



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domingo, 23 de agosto de 2009

FESTA DO ROSÁRIO DE BETIM

QUERIDO POVO DE BETIM E REGIÃO


Antes de chegarmos até O MOMENTO MAIOR, aqui proposto, que é a celebração da FESTA DO ROSÁRIO DE BETIM, permitam-me aqui contar um pouco de minha humilde história, toda ela, graças ao Bom Deus, dedicada ao meu povo e minha gente, sempre participando das tradições de minha amada TERRA NATAL onde, desde o tempo de criança, tenho a alegria e a ventura de participar ativamente dos eventos religiosos associados à venerável

IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS
DE MINAS NOVAS:

Este senhor elegante e maravilhoso, que segue no
CORTEJO DO REINADO, ao lado da Rainha e também com uma rica coroa na cabeça, garbosamente portando o cetro de ouro e prata nas mãos firmes, é o meu querido e saudoso pai
JOSÉ GERALDO COELHO,
que no ano de 1955 foi o REI da Festa do Rosário, uma das mais lindas tradições de todo o nordeste mineiro.
-NA FOTO ABAIXO, a minha querida mamãe,
ELISA MOTA COELHO,
que todos os anos participa da
"Quinta-feira do Angu",
cerimônia de Lavação da Igreja, que representa a preparação dos Irmãos do Rosário para a Grande Festa a se realizar nos dias 23 (Mastro da Véspera), 24 (Reinado) e 25 (Posse dos Reis Novos).

Ao ao lado de Dona Elisa, o saudoso irmão PASCOAL SATURNINO DE JESUS, que foi um grande oficial da Imperial Guarda da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos de Minas Novas, uma organização religiosa que já está quase no seu segundo centenário, tendo sido instituída no ano de 1.821 e que vem promovendo, ininterruptamente, todos os anos, esta que é uma das mais antigas Festas do Rosário de todo o país.
Nesta outra fotografia que se segue, o meu avô
DURVAL FERREIRA COELHO,
que era um sertanejo mulato, filho de negros, que se sentia orgulhoso de suas origens e foi Juiz Maior por diversas vezes, considerado como um dos patriarcas da Irmandade.

A seu lado o meu irmão GERALDO MOTA COELHO e sua esposa NILDA NOGUEIRA, que moram em Belo Horizonte mas sempre prestigiam aquele evento, a exemplo deste que foi realizado em 1976.
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Também nessa foto aparece, portando o pavilhão da irmandade, o General da Imperial Guarda, o saudoso

JOÃO DE DEUS VAZ,
que pouco antes de falecer, aos 100 anos, foi condecorado com esse honroso título pelo
CARDEAL DOM SERAFIM FERNANDES DE ARAÚJO (que é minasnovense e também membro da Irmandade), de quem o agraciado foi seu pajem, quando criança naquela cidade onde nasceu.
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Na foto abaixo, meu irmão

JOSÉ FELIPE MOTA COELHO,

ex-prefeito de nossa terra, que é assíduo romeiro, como Irmão do Rosário sempre participa de todas as cerimônias.

A Festa de Minas Novas acontece durante todo o mês de Junho e tem seu ponto alto nos dias 23, 24 e 25, quando a cidade se transforma em ponto de devoção, de romaria e de louvor, reunindo visitantes oriundos de toda a parte do Estado e do Brasil.

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NILDA NOGUEIRA MOTA COELHO, esposa de meu irmão GERALDO MOTA, que na foto a seguir aparece ladeada pelos congadeiros de uma Guarda de Reisado, é natural de Itambacuri, cidade abençoada pela NOSSA SENHORA DOS ANJOS, cuja festa grandiosa acontece anualmente, no maravilhoso SANTUÁRIO DOS CAPUCHINHOS durante os dias 1º e 2 de agosto.

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AQUI aparece outro irmão, CARLOS MOTA ( vestido de blusa brancas), que no seu mandato de Deputado Federal incluiu no orçamento da União vários projetos beneficiando as Irmandades do Rosário, sempre participando, na condição de irmão do rosário, de diversas solenidades por todo o país, a exemplo deste em que acompanhou o PRESIDENTE LULA na cidade de Montes Claros, no ano de 2005.
CARLOS MOTA é membro efetivo da MESA DO ROSÁRIO, na qualidade de Juiz Maior, seguindo uma tradição da família iniciada pelo nosso bisavô JUVENATO COELHO, tendo sido coroado REI na Festa de 1984.

O VELHO GENERAL JOÃO DE DEUS, com sua espada, sempre presente em todos os festejos, até 2002, agora eternamente em nossos corações e lembranças.

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Uma das maiores alegrias de minha vida é poder abraçar as pessoas de minha família, sentir a presença de cada um, tendo-os ao meu redor, podendo escutar-lhe o bater do coração, o calor da convivência, para poder compartilhar dessa energia que existe em mim, mas não é somente minha, pois passa pelo meu peito, pois tenho absoluta certeza de que a sua origem é a Bondade e a Sabedoria de Deus que esta imensa graça concede a todos os seus filhos que amam sua Divina Mãe, que também é a nossa, e que aprendemos a venerar na imagem da SENHORA DO ROSÁRIO.

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E na certeza de que todos fazemos parte de uma única e imensa família, acolhidos sob o manto da Divina Mãe, tenho a felicidade de abraçar a todos os meus IRMÃOS, podendo no coração de cada um sentir o pulsar da fé e do amor que comungamos na adoração de DEUS PAI e na veneração de Nossa Senhora, cuja festa estamos celebrando nestes dias tão felizes em sua homenagem.

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Sinto-me eternamente gratificada pelo acolhimento que tenho encontrado, por parte da comunidade de nosso município de BETIM, onde eu e as pessoas que amo fomos designados, pela Divina Providência, para participarmos do convívio cidadão e cristão, em busca de dias melhores para a nossa família e para o engrandecimento de toda a sociedade.

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Para mim é motivo de grande júbilo estar convivendo com esta maravilhosa comunidade, principalmente quando me vejo no meio dessa multidão vibrante, alegre e radiante de felicidade, pois tudo isto


é bênção divina e vem para confirmar que devemos sim, ser sempre alegres e participativos, para demonstrarmos o nosso carinho, nossa fé e nossa confiança no poder e na proteção de DEUS e de NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO.
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SOMOS FELIZES, HOJE E SEMPRE!

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A nossa comunidade, não só nestes dias, mas em todos os demais dias do ano, tem o compromisso permanente de estar feliz, pois quando se está sob o mesmo manto protetor de pais tão poderosos e amáveis, jamais teremos motivo de tristeza e de dor.


Portanto, não devemos medir esforços no sentido de sermos solidários, em todos os momentos, procurando ajudarmos e ampararmos, mutuamente, compartilhando os frutos de nosso trabalho como verdadeiros irmãos, que realmente somos, para que cada vez mais nossa comunidade cresça no amor de JESUS e com as bênçãos de Nossa Senhora, nunca haja discórdia, violência, desamor e tristeza no meio de nosso povo.


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Todas as dificuldades, que são normais e significam o desafio colocado no dia-a-dia dos homens e mulheres de todo o mundo, jamais poderão ser encaradas como castigo ou como provação, mas oportunidade de provarmos ao CRIADOR a nossa capacidade de superação, através das armas que foram colocadas à nossa disposição que são a saúde, a inteligência, a educação e o ensinamento da PALAVRA SAGRADA e da sabedoria que nos é transmitida diariamente pelo bom exemplo de nossos pais, professores, companheiros de trabalho e amigos.

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LOUVANDO A DEUS E À NOSSA SENHORA, homenageio na divulgação das fotos aqui publicadas, a todos os devotos e todos os participantes desta alegre festa, principalmente aos queridos Irmãos dessa grandiosa e exemplar IRMANDADE DO ROSÁRIO DE BETIM, com um forte e caloroso abraço a cada um dos meus conterrâneos betinenses.




ELISA MARIA MOTA COELHO MARQUES


NEGRUMES DA NOITE


A verdade sempre deve ser dita de forma límpida e audível, pela voz forte, alta e em bom som, dos homens e mulheres, de todas as cores - branca, preta, parda, amarela ou vermelha e mais matizes e tonalidades se houverem- de todos os credos, de todos lugares. de todas as culturas, regimes e economias. Afinal, a voz não pode ter cor e ser clara ou escura, pois sempre foi, ainda é e sempre será a voz que se levanta o grito seguro que se revela como o veículo da verdade que deve ser dita, escrita, falada, cantada, codificada e levada a todos os cantos do universo seja pela palavra, pelo canto, pelos sinais e pelos tatos. Não há mais, destarte, de se falar em "preto no branco", pois a pureza não se identifica pelas cores, assim como o som, que há de continuar límpido, soará sempre livre através do bronze, do ébano, do aço ou do grafite. E a verdade, sendo o espelho do carater, tem como imagem o reflexo que é invisível aos olhos, mas nitidamente assimilado pela massa cinzenta que é sustentada pelo rubro combustível que em todos os organismos correm da mesma cor, bombeada por um aparelho fibroso que pulsa indiferente aos sons, às crenças, às ideologias. às culturas e aos lugares.

Somente a Verdade e o Amor são energias positivas que não se represam e não se mensuram e, ao contrário de todas as outras que se consomem na medida que são utilizadas, aquelas se multiplicam prodigiosamente na medida em que são aplicadas em benefício do bem, da justiça e da vida.

E sendo energias positivas, gerando luz, calor e vida, somente os mortos é que delas se abstraem.

E, em assim sendo, estarão efetivamente mortos os que se deixam contaminar pelas demais energias como a prepotência, a vaidade, a arrogância, a injustiça, a mentira, a desonestidade e a desonra.

A LUZ DA VERDADE, movida pelo AMOR, sempre prevalecerá!